Quando se trata de Transformação Digital é inevitável pensar em robôs, máquinas, computadores, aplicativos e tecnologias que parecem ter saído de uma apresentação de mágicos. Mas tudo isso é apenas “o meio” porque no começo e no fim das transformações estarão pessoas.
No fim a transformação deverá impactar os clientes, os fornecedores, os formadores de opinião, os legisladores e reguladores, os entusiastas, os indiferentes ou os “haters”, os funcionários, os concorrentes. Basta ver quantos hoje não se separam dos seus smartphones, ou como a internet mudou hábitos de compra e consumo. Mas também existem pessoas na ponta do começo: os visionários, os designers, os desenvolvedores, os engenheiros, o time de marketing, o gerente do projeto (ou o Scrum Master).
Em resumo, a Transformação Digital é feita por GENTE e para GENTE. É a reação das pessoas - o seu entusiasmo ou indiferença – que afinal vai decidir o sucesso ou não de uma empreitada. Portanto, é hora de colocar GENTE no centro de qualquer projeto de Transformação Digital.
Dentro desta visão o papel da liderança numa transformação não é o do tradicional chefe ou executivo definindo o que fazer, e com dezenas ou centenas de funcionários obedecendo as suas ordens. Na verdade, o processo é – literalmente – uma transformação na cultura da empresa onde os papéis não são rígidos, e a cooperação e a soma das habilidades é que geram o valor desejado.
Portanto, é preciso incentivar a participação de todos os colaboradores, independente da sua posição hierárquica ou experiência. Também é preciso criar um clima de tolerância ao erro, porque este é um risco inevitável em qualquer mudança. Mas, além de tudo, é preciso “ter a cabeça nas nuvens, e os pés na terra”. Isso significa que as mudanças podem ser ousadas, mas sempre direcionadas pela visão do mercado/clientes. E aqui, novamente o conceito de cliente deve ser estendido para o que hoje chamamos de “stakeholders”. Eles são não apenas o consumidor final, mas todas as pessoas que de forma direta ou indireta serão impactadas pela transformação. Por exemplo, pense em como os novos aplicativos de transporte mudaram a vida dos passageiros, dos taxistas, dos vendedores de carros, das autoescolas, dos donos de bar, etc.
Ou seja, parecia somente um aplicativo para ser usado por celular. Mas se transformou num agente de mudanças de toda a sociedade urbana.